segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Vejo a minha vida passar, fluir.
É uma pena, eu não mais fruo com as minhas decisões.
Aquela poesia e aquela prosa se foram.
Hoje é o dia-a-dia a me consumir.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Janelas

As janelas, parte da arquitetura de casas e prédios, são uma abertura para o mundo, tanto para o exterior, como para o interior. As janelas que fotografei no campo grande, 2 de julho, Carlos Gomes, Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo, num dia de domingo, tiveram inúmeros significados. Por vezes pude encontrar uma senhora debruçada na janela a desfrutar da calmaria de sua rua, uma mulher na janela do prédio curiosa com a movimentação e a música que vinha da praça, onde uma banda de senhores idosos tocavam músicas de Novos Baianos e Dorival Caymmi. Pude perceber janelas de inúmeras cores, janelas refletidas em poças d’água ou refletidas nas janelas dos carros estacionados, janelas com roupas penduradas para secar na grade, janelas com roupas íntimas femininas.
Em todas, sempre existe o fator humano presente. E é esse fator que faz de uma simples abertura quadrada ou retangular em uma parede, ter essa multiplicidade de significados.
Janela é oportunidade. Janela é olhar pra fora e pra dentro. Janela é acordar. Janela é enxergar o que acontece ao seu redor. Janela é percebe-se – também - vivo, em meios a tanta vida lá fora. Janela de tanta forma, cor e utilidade. Janela é o ser humano. A janela forma conceitos prévios de vidas que não podem passar mais do que apenas aqueles momentos, em que se fazem presentes por aquele espaço. Janelas é o olhar. Janela fotografa instantes, que sem poder revelar-se em papéis fotográficos, ficam somente na memória, tanto daqueles que observa, como daquele que é observado.

domingo, 9 de agosto de 2009

com o tempo venho aprendendo a ser mais egoista, e isso não enxergo como algo ruim. hoje me vejo como importante, como se no fim eu estivesse dividido em dois, e sempre me preocupo - e hoje em dia cada vez mais - com o meu eu constante, aquele que está comigo sempre, aquele que está em formação, aquele que forma o alex. com isso consigo enxergar tão nítido o significado da palavra equilíbrio.
hoje, dormindo fora de casa, percebi o quanto sou tão chato. o quanto tenho tantos resquícios da minha educação, da minha formação tão caseira, na qual minha mãe sempre queria que eu ficasse em casa e acreditava que dessa forma estaria protegendo-me do mundo. engano dela! isso me deu sede e fome, e o resultado é esse: eu morando fora de casa aos 21 anos. e isso tudo não foi mero acaso, mas consequência das minhas atitudes e desejos. esta criação que eu tive me deixa com a sensação de culpa, de 'estou-fazendo-coisas-erradas-e-não-estou-produzindo', como se não fosse nunca merecível momentos e dias inteiros de lazer e diversão. sou escravo do pensamento e dos julgamentos. mas não julgamentos alheios e relacionados com os outros, mas um julgamento direcionado diretamente ao meu ser, e daí vejo o meu outro eu, em forma concreta e agressiva.
ufa, que alívio! ultimamente estava tão seco de mim, tão sem palavras. pensei que nunca mais poderia ver palavras brotando os meus pensamentos, e organizando eles de forma tão una, que sou capaz de enxergar-me num espelho, ao ler o que escrevo momentos depois da escrita.