segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Auto-retrato, luzes de Jequié, dupla exposição.

Ando, atualmente, em pedaços da minha mais fina estampa. Esta que demorei anos para aprender a enxergá-la com cores. Cores vivas e das mais variadas. Cores de Almodóvar.

Sigo em terra terrestre de pegar ônibus lotado e dividir moradia em vários pedaços. Tento, todo santo dia, sobreviver às contas - que tudo indica que serão ainda maiores - e pensar que o sonho na real é sempre assim: cheio de realidade.

Vôo seguro na minha tão enquadrada visão de obturador. A luz que entra é como luz lateral de janela aberta em fim de tarde no sertão. É tudo tão límpido e plástico, quanto ver a arquitetura urbana refletida em restos de água que sobram pela rua.

Vivo imerso em retratos que documentam a minha caminhada de sonhador tão sedento de histórias e poesias. A minha vida pode ser vista e contada como um álbum de fotografias de um homem que em algum momento de sua vida resolveu deixar-se imortalizado na presença espaço-temporal de seus heterônimos que viveram em realidades sobrepostas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário