segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tem dias que a vida pesa que nem barriga de aluguel. E são nesses dias que as coisas parecem girar em torno de si, demonstrando o quanto elas são muito mais fortes e constantes do que você.
E aquela cárie, que há séculos foi esquecida e resolvida, primeiramente com uma obturação, depois com um canal, retorna com o incômodo. E no meio de todo vazio, de toda tristeza que você tenta esconder por entre os tapetes da sala, em meio a tudo isso e ao silêncio, a dor está lá, viva, remexendo pedaços de fraquezas.

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Na realidade é sempre você sozinho, nunca se esqueça, meu caro. É você e os punhados de sonhos que te fazem levantar e crer que a vida é muito mais do que a realidade.
O x da questão está justamente nessas palavras: realidade, peso, sozinho, contas a pagar, burocracias e sonhos.
No final o que lhe sobra é um dia após o outro na tentativa constante de fazer-lhe acreditar em esperanças bordadas com ilusórias levezas e felicidades observadas por alguém pelas frestas de uma porta qualquer.

Um comentário:

  1. Também sinto isto. Ontem, quando terminei de ver o programa escrevi um poema na minha cabeça. Engraçado, só consigo escrever poemas sem papel, quando estou diante da folha em branco, aquela forma rígida me bloqueia. Mas a verdade é que eu pensava sobre a finitude da vida, dos sonhos que deixamos pelos caminhos, das perdas que passamos a acumular com uma determinada idade. Perdas materiais, mas, sobretudo, perdas humanas, perdas daqueles que considerávamos suprahumanos, sempre ali, postos a nos salvar de qualquer dor que viesse atormentar.

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