sexta-feira, 12 de março de 2010

Scorsece salvou minha quinta-feira

Salvador, 11 de março de 2010



O que há dentro de nós?
O filme 'Ilha do Medo' de Martin Scorsese que acabou de ser estreado nos coloca de frente com esta pergunta.
Durante grande parte - digamos 70% do filme -, Scorsese nos leva a acreditar que o personagem que Di Caprio atua é um policial federal, um detetive. Até aí, tudo normal.
Chegamos a tentar prever o que acontece nestes filmes do gênero.
Algumas formas de filmar, enquadrar. A trilha que entra em determinado momento, a fotografia que induz.
Contudo a coisa muda DESCARADAMENTE.
Nós, espectadores-detetives na esperança de algo que nos supreenda, somos levados a uma viagem interior junto com o personagem que a todo instante é pertubardo por alucinações. O grande desafio no fim é nos encarar de frente neste jogo de xadrez no qual o cheque-mate só pertence ao jogo.


A Ilha do Medo tem diversas analogias.
Uma delas ficou nitidamente gravado em minha cabeça depois que eu saí do cinema. Seja por ter assistido uma aula na manhã de quinta sobre comunicação e tecnologia, ou não, o fato é que a ilha  tem muito em comum com o mundo contemporâneo, vulgo mundo-virtual, atualmente.
Esta virtualidade tem como necessidade a formação e construção de um novo eu que não mais vive num lugar denominado sociedade, e sim, numa rede social.
As grandes questões se reduzem a estas duas perguntas que se seguem:
Que monstros podemos construir?
Que monstros habitam dentro de nós?
[...]


Uma coisa eu tenho certeza: todos temos ilhas nas quais servem como válvula de escape.
Sejamos monstros ou não, todos tentamos adestrar os nossos medos.


Confiram o trailler:

Um comentário:

  1. Muito bom!
    Incrível como sua crítica soa como poesia..
    A poesia te chama pelo nome o tempo inteiro.

    Adorei e vou ver o filme depois dessa...

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