terça-feira, 19 de outubro de 2010


Juliena, que antes fazia moradia em casas que tinham em frente avenidas movimentadas, agora mora numa casa que dá para deitar no teto e ver as nuvens.
O trânsito de carros agora foi trocado pela rota de aviões que passam no céu de hora em hora, as vezes em cima de sua casa, noutras vezes em frente a sua grande janela da sala.

***

Caetano de cores e nomes e outras palavras. Gal de fa-tal e cinema olympia. Cat Power de leveza e lembrança. Nina Simone de tom áspero e nostálgico.
Todos estes são os seus vizinhos companheiros. Toda a vida lá fora, nestas janelas e varandas dos prédios, é embalada pelo ritmo constante destes que fazem café para servir com poesia.

***

Hoje ela olhou seu álbum de fotografias, suas primeiras fotos feitas com uma nikon fm10 e uma N80 e viu tanta beleza no seu olhar curioso, em como cada imagem trazia um pedaço dela por entrelinha, em como cada imagem trazia uma narrativa do senhor tempo. E isso era tão nítido. E ela chorou.

Um comentário:

  1. um novo tempo se abre sob o brilho do lual.
    uma nova rota se forma sobre a lage iluminada pelos aviões,
    em distantes rincões.

    ResponderExcluir