segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre as coincidências

A lua, que outrora funcionava como meu depósito de energia (ainda mais depois de um dia exaustivo de trabalho como vendedor de uma loja de roupas), que fazia o meu sonho ser de forma circular, concreto e iluminado, agora faz visitas na janela do meu quarto de forjar mundos virtuais e sonhos na parede.
O sol, namorado a distância da lua, que sempre banhou a minha rotina de andar veloz com bicicleta pelas ruas pouco movimentadas de trânsito e bem cheias de motocicletas, agora é essência básica dos instantes roubados.
Hoje, esquecendo-me de ver a lua - ou não tendo mais tempo para isso – utilizo o sol como tintas numa tela, a criar volumes em poesias-sonho de histórias-registro de uma fase de descoberta.
A lua, esquecida, faz visita na sala noturna que sem lâmpada acesa passa a ser preenchida pela luz que entra na janela e cria sombras.
A lua, que antes era energia do sonho, passa a ser elemento básico da constatação do sonho realizado e re-adaptado.
A cidade-sol agora está nos meus olhos, no fotômetro da minha máquina, nos sais de prata que são sensibilizados, no sonhador que captura poesias em imagens do cotidiano banhado de um passado, passarinho da infância.

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