Numa certa manhã, daquelas que o céu chora lágrimas torrenciais, e que sua cor azul se transforma num branco cinzento, o homem sem guarda-chuva saboreia a doce sensação da chuva em seu corpo. Uma sensação única, uma fuga dos parâmetros, uma liberdade inundada de sentidos.
Pessoas o olhavam, não entendendo o que aquele ser sentia. Em seus pensamentos eles pré-julgavam. Debaixo dos seus guarda-chuvas eles se achavam protegidos e imaginavam ser normais na sua rotina. Eles eram fiéis as suas leis e normas, e acreditavam serem livres.
Mas o homem sem guarda-chuva estava encantado com cada gota d’água que se misturava ao seu corpo. Ele provava o gosto da simplicidade. Ele transgredia. Ele apenas almejou fazer-se vivo, dentre a tantos mortos.
que imagem linda. é muito bom deixar-se banhar pela chuva e lavar a alma da poluição e desses olhares castradores, ou então fingir-se alheio a tudo isso e viver da forma que escolhemos.
ResponderExcluirQue mistura gostosa de sensações! Senti o gosto da chuva e o cheiro da liberdade ao ler esse texto.
ResponderExcluir