Nessa trajetória cotidiana do ônibus, o mundo corre na minha referente visão retilínea,
e os meus olhos são como lentes de uma máquina fotográfica,
retratando os meninos no trânsito, malabarizando entre as justiceiras faixas de pedestre.
Os mendigos a perambular sobre a selva de pedras, As casas sem reboco e os exuberantes prédios transfigurando os altos parâmetros modernos de uma não-modernidade.
Deixando como foco o paradoxo contraste da construção secular.
O tempo indica que o fuso horário desregula o regulável percurso,
E o tic tac se transforma numa sirene ensurdecedora, revelando os momentos históricos
de uma sociedade racional, que escraviza seus seres na sua nova forma de liberar.
A planta rasga o concreto gritando vida, e dela sai palavras sobre a norma culta de uma língua aquecida e esquecida, educando (aprisionando) a incontrolável vontade de pensar.
E Drummond em uma estrofe da sua poesia O escritor já dizia:
"Livre e ligado a seu próximo
Na larga avenida humana
Em que beleza e justiça
Fazem de espera, esperança."
O espetáculo hoje é sofrimento,
perdemos a noção dos fatos, e o que era novo, agora é cotidiano banalizado.
Mestiços sem aceitar sua mestiçagem, democracia sem democratizar.
Direita esquerdizando, e esquerda direitizando.
A festa acontece, e onde está a alegria?
Vejo-me no espelho e acho graça.
Como não pude perceber que meu nariz está vermelho e minha cara pintada?
O meu trabalho é a segunda-feira a bater o cartão e ser dependente do seu limite.
A revolução saiu pela culatra, o meu grito não é mais de independência.
Construíram a minha prisão e a constituição não mais constitui.
E da minha boca a canção se faz presente, "vendo aquelas pedras que choram sozinhas, no mesmo lugar".
E nessa viagem um vendedor ambulante adentra, oferecendo seu mercado informal para alguns consumidores invisíveis gerados de um determinismo insensível.
Onde está a razão?
Os pássaros não mais cantam e a borboleta não mais encanta,
As pipas estão presas no fio, e os ninhos guerreiam espaços entre as árvores do século XXI.
O certo e o errado definem-se nas leis de Sócrates.
A seca atual é interna,
A utopia pia,
E percebo que meu ponto chegou,
Espremo-me entre os cidadãos para conseguir sair,
E me despeço com um leve sorriso,
Enxergando-me sujeito daquele predicado.
cotidiano. desde sempre, qdo o homem começou a dominar a escrita, esse tema não se passa despercebido. aos poetas ele aparece de outra forma, as vezes mais belo as vez mais triste. é fotografado, poetizado e vivido. vivamos o nosso dia de hoje, de agora, com os olhos de uma criança descobrindo o mundo.
ResponderExcluirEita!Essa Revolução interna me dá orgasmos. O homem pensando no Homem...
ResponderExcluirolá,conterraneo !
ResponderExcluirbelo blog!
passo por aqui para lhe apresentar meu mais novo projeto de blog o "lirica's".
são releituras de belas cançoes adapitadas ao meu universo.
vale apena conferir!
www.alissonliricas.blogspot.com
(e se possivel comente,é o meu combustével)
até mais !
Entre letras e vírgulas cada curva se curva para o sentimento, verdadeira dor. Da cor, da forma, da sutileza da luz, da imagem que se esvai. D'alma que passa viva por entre nós, o nó.
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