quarta-feira, 27 de maio de 2009

As despedidas

Numa segunda-feira, em plena rua movimentada, um homem de camisa vermelha que estava indo para o trabalho, na sua rotina diária, sentiu o seu pensamento tão alto e perturbador, que naquele minuto ele descobriu uma solução para os sofrimentos da existência humana. Ele enxergou e degustou num repentino piscar de olhos, um mundo em que não existisse despedidas. Um mundo no qual na houvesse adeus e tchau’s. Um mundo sem o término daquelas músicas de fim de filme, em que a paz e a tranqüilidade alojam momentaneamente no interior do ser. Um espaço sem que existisse a saudade e que a felicidade não fosse só um momento, mas uma sucessão de acontecimentos. Ele transfigurou-se diretamente para esse novo mundo, totalmente virgem e abstrato. Nesta sua viagem, ele, de camisa vermelha, estava num ambiente totalmente preto e branco. O contraste em que a cor vermelha fazia, ao ser exposta as cores pretas e brancas, fez nitidamente, com que as reticências não mais fossem presentes. O doce sabor da descoberta mostrou o porquê daquelas metáforas. Naquele mundo, por ele idealizado, não haveria vida, somente um ensaio de algo que nunca seria estrelado. Ele percebeu que a existência é feita deste eterno jogo, em que não há ganhadores e nem perdedores.

E nesse enlace, ele foi desperto, por uma pessoa em busca de informação, que estava a passar pela rua. Em sua pele, ele sentiu um vento com o sabor da existência, e continuou o seu trajeto como se num leve descuido pudesse voar. Partida e separação, palavras que definem despedidas, fizeram-se agora moradoras daquele homem de camisa, multicor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário