domingo, 10 de maio de 2009

Juliena é uma menina de sentimentos, até aí, natural. Mas não são sentimentos normais, tipo o que encontramos a qualquer esquina, são aqueles sentimentos de livros, de poesias, e até aqueles de filmes, que passam uma sutileza transbordada de vivacidade e realismo. Juliena trabalha numa loja de livros, e por vezes, sonha em ser um deles. Senti avidamente a mão de pessoas tocando-a, folheando cada página, e desta forma, sendo sempre presente como algo significativo e emocionante, algo aguardado durante todo dia, para aquele momento íntimo, de leitura. Ela define a vida como bicicletas, coisa que ela nunca conseguiu andar. E por isso, acredita que estará livre do ditado que diz: ‘... é como andar de bicicleta pela primeira vez, nunca se esquece.’ Ela gosta de sensações diárias, como sorrir, desfrutar cada pedaço do vento, fazer brigadeiro nos dias de domingo, e comer assim mesmo, na panela, depois de um certo tempo na geladeira, em frente a TV, assistindo aqueles filmes que ela alugou na quarta, dia de promoção, e terá que devolvê-lo até a meia noite de domingo. Juliena é um ser simples, e não entende o motivo dos seus colegas de trabalho a chamarem de anômala. É verdade que ela usa sempre uma meia amarela, com as suas sandálias de couro, mas isso não é motivo. As suas meias amarelas foram presente de sua avó, e usá-las é como trazer à tona um passado suave e feliz que ela viveu quando criança, no período de ausência de seus pais. Juliena nunca termina de ler os livros que ela traz da livraria, aqueles que são permitidos o empréstimo aos funcionários. Ela tem medo de terminar aqueles mundos, e com isso sofre de uma doença até então rara: ser personagem de histórias paralelas.

5 comentários:

  1. ela precisa de um principe. um que lhe beije a boca e que a leve das histórias...
    ou que viva lá com ela.

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  2. principes estragam tudo. ela está bem.

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  3. também acho que ela está bem...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. juliena és bela na sua solidão amelieana! tava sentindo falta de ler seu nome.

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